Com um discurso de austeridade financeira, as diretorias que passaram pelo Vasco são um retrato de como fracassar em reforçar um elenco de forma efetiva. Segundo levantamento do Portal GE, a primeira janela de transferências de 2024, sob o comando da 777 e com Alexandre Mattos como diretor de futebol, o clube gastou quase R$ 130 milhões, contratou nove jogadores, e somente quatro se mantém no clube, sendo apenas UM deles (o atacante David) utilizado com frequência.
Alguns jogadores foram o retrato de desperdício financeiro no clube, que pagou caro pela transferências de atletas que nunca conseguiram performar o que se esperava pelo que foi investido. Somente com João Victor, Adson, Sforza e Clayton, o clube gastou algo em torno de R$ 107 milhões.
Clayton foi cedido por empréstimo pouco tempo após sua chegada, e posteriormente vendido. João Victor vinha sendo um dos mais criticados do clube, e acertou sua saída para o futebol Russo esta semana. Já Sforza e Adson permanecem, porém com muitas dificuldades de ajudar o clube.
Adson começou mal, porém estava se firmando no segundo semestre de 2024, até sofrer uma lesão na tíbia e ficar fora do restante da temporada. Este ano conseguiu voltar, ainda buscando seu melhor futebol, no entanto sofreu a mesma lesão e novamente só volta a jogar no próximo ano.
Já Sforza teve uma quantidade razoável de chances para justificar seu investimento, porém nunca demonstrou o futebol que se esperava dele comparado ao gasto que foi feito em sua contratação. Hoje em dia poucas vezes é relacionado, com a diretoria buscando clubes para concretizar uma transferência para o jogador.
Fracasso na gestão de Alexandre Mattos agravou situação financeira do clube – Fonte: News Almirante/Portal GE/X
Pedrinho criticou gestão anterior, e clube correu o risco de sofrer dois transferban por dívidas
Ainda nos casos de Adson e Sforza, além de terem sido contratações superfaturadas que não corresponderam em campo, os valores que ainda são devidos aos clubes causaram dois pedidos de transferban ao Vasco junto à FIFA.
Em maio, o Nantes, da França, buscou a entidade máxima do futebol mundial para receber o pagamento pela venda de Adson ao clube. Na sequência, em Julho, foi a vez do Newell’s Old Boys também acionar a FIFA pelo mesmo motivo. Nos dois casos, o transferban foi derrubado pelo fato da Recuperação Judicial, pela qual o Cruzmaltino passa, não permitir pagamentos a credores fora do acordo com a Justiça.
Apesar de ter feito contratações que também não corresponderam no campo (como Jean David e Loide Augusto), alguns jogadores que foram trazidos pela atual diretoria hoje fazem parte da espinha dorsal do time, como Nuno Moreira e Tchê Tchê. O presidente Pedrinho já criticou algumas vezes a gestão anterior, sendo enfático em suas palavras:
“A folha é superfaturada, o orçamento não é compatível com as receitas. O planejamento financeiro foi feito com base em um aporte que nunca aconteceria. Então, foi uma folha exagerada financeiramente. Os jogadores, dentro da avaliação esportiva, que precisariam encontrar outros caminhos, não são fáceis de serem diluídos. Os valores são muito altos. Outros clubes não querem pagar. O valor é desproporcional ao rendimento.”
O clube agoniza financeiramente e desportivamente, demonstrando que, se não houver um processo rigoroso para analisar o custo benefício de atletas, não há saída viável para uma recuperação.