Com o coração aberto e em tom de desabafo, o presidente Pedrinho falou diretamente ao torcedor do Vasco da Gama. Em uma longa entrevista coletiva, ele expôs a profundidade da crise que encontrou no clube. A lista de problemas vai desde um rombo de R$ 200 milhões deixado pela 777 Partners até irregularidades como um “gato” na sede do Calabouço. O mandatário pediu a compreensão da torcida e garantiu que, em sua gestão, não haverá irresponsabilidade.
Leia mais:
Presidente detalha herança caótica da 777
Pedrinho revelou o principal motivo das dificuldades financeiras do clube. Segundo ele, a antiga gestora da SAF não honrou seus compromissos em contratações, deixando a conta para a gestão atual. O presidente afirmou:
“Para você ter ideia, a 777 gastou R$ 300 milhões em contratações e não pagou 200. E essa conta é nossa.”
Ele também expôs a desorganização administrativa que encontrou, citando uma dívida de 20 anos de IPTU e até uma ligação clandestina de energia.
“Tinha ‘gato’ na sede do Vasco, no Calabouço“, revelou.
Presidente do Vasco deu longa entrevista – Foto: Reprodução
Mandatário garante compromisso e responsabilidade
Diante das críticas sobre a falta de reforços de peso, Pedrinho foi enfático ao dizer que não fará loucuras. Ele se diferenciou de outras gestões e de outros clubes. O presidente declarou:
“Eu não vou fazer as contratações que o Corinthians fez e não honrar os compromissos. (…) O torcedor não pode esperar isso de mim, desculpa te decepcionar. Eu não vou fazer isso.”
Pedrinho afirma que não vai sacanear o clube – Foto: Bruno Murito
Presidente fala sobre polêmicas e pede união
Pedrinho também abordou as polêmicas recentes. Ele negou de forma veemente ter ordenado qualquer tipo de agressão ao influencer Krav Maroja e o acusou de ter divulgado seu endereço. Sobre Edmundo, lamentou que o ex-companheiro de Vasco tenha levado um problema pessoal a público.
“A partir de hoje, qualquer coisa que aconteça comigo, ou com a minha família, ele (Krav) é suspeito. As pessoas não tem direito, por causa do futebol, acharem que podem fazer tudo, não podem!”
Ao final, o presidente fez um apelo à torcida. Ele reconheceu o sofrimento e a impaciência dos vascaínos, mas pediu que entendam a realidade do processo de reestruturação. Ele concluiu:
“É muito ruim o torcedor ouvir o que eu estou falando, mas eu não vou sacanear o torcedor. (…) É doído porque estamos nesse processo, mas os nossos rivais estão competindo e isso gera uma raiva muito maior nas pessoas. Só quero que tenham a racionalidade. Também queria estar no Mundial, também queria estar disputando títulos, mas isso vai chegar. Entendam a realidade.”